O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) afirmou
nesta segunda-feira que abriu uma investigação para apontar possíveis
erros que permitiram um repórter do jornal carioca O Globo
fraudar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Nesta segunda-feira, o
jornalista Lauro Neto contou como fez para vazar o tema da prova da
redação - divulgado pelo jornal na internet às 13h59 de domingo, uma
hora antes do horário permitido aos estudantes deixar o local de provas.
"Bateu vontade de ir ao banheiro. Como não havia nenhum fiscal por
perto, decidi testar a segurança da prova e mandei um SMS para a equipe
de reportagem do GLOBO com o tema da redação: 'Viver em rede no século
XXI: os limites entre o público e o privado'. (...) Deu tempo até de
mandar outro torpedo com os títulos e autores dos textos da coletânea",
disse em texto publicado no site do jornal na manhã de hoje.
Além de usar um aparelho celular para passar uma mensagem com o
tema da redação, o repórter fez propositalmente a prova com outros itens
que eliminariam os candidatos. Lauro Neto usou boné, óculos escuros,
caneta não transparente, além de lápis e borracha - proibidos no edital
do Enem.
"Voltei à sala, preenchi a folha de respostas com lápis, canetas
azul e preta (não transparente), e dei um título à redação, pensado no
banheiro: 'Sorria, você está sendo eliminado!'. Depois, entreguei aos
fiscais e fui embora pensando: se eu fosse um aluno desesperado para
entrar na faculdade, poderia até ter consultado a internet pelo celular
ou trocado SMS com algum professor para tirar dúvidas...", escreveu.
A assessoria do Inep informou que os coordenadores da prova já
foram chamados para avaliar o que aconteceu. Segundo o órgão, não houve
vazamento e nenhum prejuízo aos demais candidatos porque a prova estava
em sigilo total até o momento em que foi aberta, às 13h de domingo.
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